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Cloud e E-Commerce

Nos últimos três anos, o modelo de cloud computing começou a ser profetizado como uma das grandes revoluções do mercado de TI. Mesmo com toda a polêmica em torno do tema – a começar pelas diferentes definições do conceito –, os especialistas em tecnologia concordam com o fato de que a disseminação dessa modalidade tende impactar, de forma profunda, a contratação de hardware, software e serviços de tecnologia. Falta definir como e em quanto tempo a terminologia deixará de ser mais uma tendência para transformar-se em uma realidade para a maior parte das organizações.

Muitas empresas ainda se mostram reticentes em relação a investir na migração de aplicações, infraestrutura e plataformas para a nuvem. O motivo? A falta de clareza dos modelos de negócio, analisa o vice-presidente da consultoria Gartner para América Latina, Cássio Dreyfuss. "A oferta ainda é insegura para quem compra e até para quem oferece", avalia. "Não tenho a menor dúvida de que esse representa um caminho sem volta, mas ainda falta o amadurecimento do modelo", complementa.

Estudo realizado pela IDC Brasil e COMPUTERWORLD – entre os meses de junho e agosto de 2010 –, com 336 CIOs de médias e grandes corporações instaladas no País, deixa bem claro a postura conservadora das empresas em relação a cloud computing O levantamento mostra que apenas uma parcela de 16% dessas organizações já utiliza o modelo, enquanto que a maioria (40%) estuda o assunto, mas não tem planos de investimentos específicos em curto prazo.

"Os CIOs brasileiros estão bem mais interessados nesse assunto do que os seus pares de outros países, mesmo que não existam muitos projetos implementados", analisa Dreyfus, com base em um estudo global realizado pelo Gartner. "E o fato de mais de 15% das grandes e médias empresas já adotarem cloud no Brasil é um indício de que estamos prestes a cruzar o abismo que separa o mercado da adoção em massa desse conceito", defende o gerente de pesquisas da consultoria IDC Brasil, Reinaldo Roveri.

Um dos principais gargalos da tecnologia, na visão dos especialistas, está na dificuldade de mensurar os riscos a que as organizações estão expostas quando migram de uma estrutura tradicional de TI para a nuvem.

A única forma de aproveitar os benefícios da nuvem, mas minimizar riscos inesperados, é ter um fornecedor de total confiança, na visão do CIO da empresa de serviços financeiros Serasa Experian, Lisias Lauretti. Ele conta que, antes de migrar as aplicações da companhia para cloud computing, estudou a infraestrutura dos potenciais provedores, para entender o ambiente e a forma como ele é controlado e gerenciado. "Além disso, a empresa contratada teve de assinar um NDA (Non-Disclosure Agreement ou, em português, acordo de confidencialidade)", conta Lauretti, ao citar que o objetivo era evitar o vazamento de informações.

Atualmente, a Serasa Experian do Brasil conta com três aplicações rodando em cloud computing. Duas delas, contratadas no modelo de SaaS (software como serviço), estão relacionadas à área de recursos humanos e incluem a solução que gerencia os currículos que chegam à companhia, assim como a ferramenta voltada a treinamento dos clientes. "A terceira aplicação é um software para gerenciar oportunidades de vendas", detalha o CIO, ao citar que trata-se de uma aplicação crítica para a empresa, uma vez em que representa a primeira etapa do processo comercial do grupo.

Assim como no caso da Serasa, a migração para o modelo de cloud computing foi cercada de cuidados nas lojas Marisa – uma das maiores redes de varejo de moda feminina do Brasil. Quando optou por transferir todo o ambiente de e-commerce da empresa para a nuvem, uma das principais preocupações do CIO do grupo, Mendel Szlejf, foi evitar que, por qualquer problema, a loja virtual, que recebe mais de 1,5 milhão de visitas por mês, ficasse fora do ar.

Para evitar imprevistos, Szlejf conta que, antes da migração, a equipe de TI da Marisa testou, durante dois meses, o ambiente baseado em cloud computing. Durante esse tempo, os profissionais realizaram simulações de funcionalidade e de carga, com o intuito de garantir que a infraestrutura fornecida pelo provedor de serviços em nuvem estaria capacitada para atender à demanda. "Além disso, desenhamos um plano de contingência que, na prática, consistia em retornar ao ambiente anterior, dentro do data center da companhia, em caso de falha", relata o CIO. Mas ele enfatiza que, desde a adoção da plataforma na nuvem, há cerca de um ano, não precisou acionar esse recurso.

"Nosso e-commerce é um ambiente crítico, de grande visibilidade, e qualquer intervenção nesse ambiente exige cuidados especiais", destaca Szlejf. A loja virtual da Marisa conta com uma média diária de 1 milhão de pageviews, mas esse volume aumenta durante períodos específicos, como datas comemorativas (Natal, Dia das Mães, entre outras) e campanhas promocionais.

Foi exatamente a preocupação em ter uma infraestrutura preparada para suportar os picos de acesso à loja virtual, sem investir em mais equipamentos e sistemas, que levou a Marisa a optar pela migração para cloud. "A facilidade de redimensionamento foi um fator essencial para a decisão", conta o CIO.

Para Roveri, da IDC, essa flexibilidade para contratação de recursos é um dos três grandes benefícios que tendem a contribuir com a disseminação de cloud computing no mercado brasileiro. Os outros dois alavancadores do modelo, segundo ele, são a possibilidade de implementar um ambiente de forma rápida e reduzir custos fixos, relacionados a software, hardware, serviços e mão de obra.

Ainda na visão de Roveri, a possibilidade de contratar recursos de TI como serviço representa uma oportunidade, sem precedentes, para que os gestores da área de tecnologia assumam um papel mais estratégico dentro das organizações. "O CIO poderá comprar recursos tecnológicos, falando a linguagem de negócio, já que, com cloud, ele não terá de se preocupar com questões técnicas, mas, sim, com as aplicações práticas", cita o especialista.

Ao longo de 2011, um número crescente de empresas deve adotar o modelo de cloud computing, porém, só em dois anos o conceito tende a ser implementado de uma forma massiva pelas organizações, segundo Roveri. E os CIOs devem aproveitar esse tempo para adequar a arquitetura corporativa, avisa o vice-presidente do Gartner, Cassio Dreyfuss, que aconselha: "O ideal é começar agora a fazer pilotos com aplicações menos críticas, para entender como isso funciona e se preparar para quando todos os concorrentes da empresa começarem a usar o modelo como um diferencial competitivo."


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