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Cartão: Chip é arma no combate às fraudes


O número de tentativas de fraudes virtuais envolvendo cartão tem crescido. Mas o número de golpes concluídos está caindo, segundo dados da empresa FControl, que atua no controle de risco e soluções antifraude no comércio on-line. De 2010 para 2011, as tentativas de fraude passaram de 2,38% para 3,63% e, neste ano, subiram para 3,88%. Porém, o prejuízo para o comércio caiu de 0,54% em 2010 para 0,24% em 2012 (de janeiro a maio), segundo a FControl.
A informação é confirmada pela Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). Embora não tenha dado estatístico, a entidade diz que as fraudes com “cartão presente” têm diminuído graças à implantação do chip nos cartões brasileiros.
De acordo com a entidade, esse tipo de plástico representa hoje cerca de 85% das transações no país, nível que os Estados Unidos esperam ter apenas em 2015.
“Mas o chip só é 100% seguro a partir do momento em que todo o sistema usa. Enquanto tivermos cartão sem chip, as fraudes ainda vão ocorrer porque é possível clonar apenas a parte magnética do cartão e usá-lo normalmente, já que as máquinas aceitam os dois tipos de plástico”, explica Parodi. “Na França, não existe cartão sem chip. Por isso essa fraude não ocorre lá”, diz.
Segundo o especialista, o custo para universalizar o chip no Brasil é alto e por isso as empresas ainda não tomaram essa decisão.
O advogado Rodolfo Bustamente teve seu cartão de débito clonado. Só percebeu quando tentou usá-lo em uma loja de conveniência e não conseguiu. Ele entrou na Justiça contra o banco alegando danos morais e ganhou a ação e uma indenização de R$ 5 mil.
novo golpe/ O meio eletrônico é o que mais cresce entre as formas de acesso bancário e as fraudes já são o principal tipo de crime virtual cometido no Brasil. Em 2011, 54 milhões de pessoas acessaram suas contas pela internet, 92% mais do que os 28 milhões que usaram o serviço em 2002.
A entrada desses clientes ainda pouco familiarizados com os sistemas de compra on-line e de comércio eletrônico facilita a ação dos cibercriminosos, diz Jorge Krug, do comitê de prevenção e segurança da Abecs.
Com a dificuldade imposta pelo chip, os golpistas têm migrado para outra modalidade de crime. Segundo a Abecs, tem aumentado o número de golpes nas  transações com "cartão não presente" (feitas por telefone e internet). Nesses casos, é comum o usuário ser induzido a fornecer os seus dados, que mais tarde serão usados para transações fraudulentas. O golpe mais comum é o "phishing": envio de e-mails falsos, com promoções ou cadastros, que levam a vítima para outro ambiente on-line e solicitam os dados do cartão.

Segundo Lorenzo Parodi, especialista em combate a fraudes, embora as empresas tenham adotado práticas mais seguras nas vendas pela internet, ainda há brechas. “Algumas empresas, por exemplo, exigem que a compra seja enviada para o mesmo endereço da fatura. Mas eu posso alegar que sou turista, estou no país e quero fazer compras. A empresa não vai recusar a venda”, diz.
Para fazer compras na internet ou pelo telefone, basta o número do cartão, o código de segurança, que geralmente fica impresso na parte de trás do plástico, e alguns dados do titular. Ou seja, é um sistema ainda frágil. Por isso, a principal recomendação é não divulgar esses dados para desconhecidos e só fazer compras em sites confiáveis, que tenham idoneidade.
Nas compras feitas com o cartão físico, é importante nunca largar o plástico sozinho. Nos postos de gasolina ou nas lojas, por exemplo, não deixe o atendente levar o cartão para passar na máquina longe do cliente. “Os postos de gasolina são onde mais se clonam cartões”, diz Parodi.

/Com Agência O Globo