O eBay anunciou nesta quarta (12) o lançamento da X.commerce, uma plataforma aberta cujo objetivo, segundo a empresa, é "facilitar a conexão entre comerciantes e compradores".

O anúncio foi feito na manhã desta quarta, durante a conferência Innovate Developer, que reúne mais de 3000 desenvolvedores e afiliados ao site de comércio eletrônico.

"A tecnologia irá mudar o comércio nos próximos três anos mais do que nos últimos 15", disse John Donahoe, CEO do eBay. "Com o X.commerce, criamos um ecosistema aberto que traz o maior leque de ferramentas para o comércio", disse. Para ele, a web está trazendo novas demandas para o comércio, que não está dando conta de atendê-las. "Nenhuma empresa sozinha pode fazer isso", afirmou.

Segundo Donahan, o eBay "não compete" com as lojas online, e sim quer "facilitar negócios".

^{John Donahoe, CEO do eBay}

"Hoje o comércio não depende somente de quanto dinheiro é investido em propaganda e na localização física da loja, mas sim em manter-se em dia com as inovações e tendências, ter as melhores ferramentas", disse Naveed Anwar, "chefe da comunidade" do X.commerce.

Os pilares do sistema são a PayPal (pagamentos eletrônicos) e o próprio eBay, mas também há tecnologias de outras empresas compradas pelo eBay, como RedLaser (leitura de código de barras em celulares), Where (geolocalização) e Magento (software de e-commerce).

Na prática, o objetivo é juntar sob o mesmo guarda-chuva o enorme leque de empresas e tecnologias que o eBay oferece - a empresa vem comprando uma série de companhias do setor. Com o X.commerce, a ideia é deixar de ser um "site de e-commerce" para tornar-se uma empresa de tecnologia.

Nomes como a Adobe e o Facebook também anunciaram que irão participar da plataforma. A Adobe entra com suas ferramentas de análise (analytics) Omintiure, que produzem relatórios de vendas, fonte de tráfego, conversão etc. 

Já o Facebook integrou sua tecnologia Open Graph ao x.commerce, o que permitirá aos lojistas dentro da plataforma ter apps para que os compradores publiquem na rede "desejar", ou ter comprado um produto, em vez de apenas "curtir", como acontece hoje.

Segundo ele, a nova plataforma irá facilitar que desenvolvedores e lojistas online do mundo todo tenham acesso a ferramentas e soluções mais completas. "Os custos de tecnologia estão ficando astronômicos", argumenta. 

Durante a conferência, as aplicações foram exibidas dentro do software de gerenciamento da Magento. Uma das ferramentas permite, por exemplo, publicar o site em outras línguas, a partir de templates, ou então postar anúncios no Facebook e no Google. Segundo Roy Ruben, co-fundador da empresa, o software permite a adição de extensões, que alteram funções do sistema e adicionam recursos. "Temos 4800 extensões, com 4 milhões de downloads", disse.

Com a loja global, prevista para 2012, desenvolvedores poderão oferecer - gratuitamente ou não - aplicativos para pagamento, gerenciamento de listas (carrinho) e de vendas, integração com outros sites e logística de entrega, por exemplo. Tudo em código aberto e acessível, disse Donahan. Hoje, o único mercado de apps é o Connect, da Magento.

O sistema já está disponível para os desenvolvedores, no site x.com. Segundo os executivos do eBay, em 2012 ele estará disponível em português.

^{* o jornalista viajou a convite da PayPal}