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Microempresa ainda não usa o comércio eletrônico

Quando a Eletrônica Santana abriu suas portas em 1964 seu dono, Rubens Martins, não imaginou que um dia teria clientes em todo o Brasil.

Na época, a empresa vendia componentes eletrônicos e consertava aparelhos de TV e rádio no bairro de Santana, na zona norte da capital. Porém, com o barateamento desses produtos, chegou a hora de mudar e a internet foi a alternativa para não morrer.

"Na época era um negócio promissor. Mas com a popularização dos aparelhos, as pessoas deixaram de consertar e passaram a preferir comprar um novo. Foi um período de crise durante os anos 90 e em 2003 resolvemos investir em e-commerce, algo que ainda estava começando.

E, assim, de uma loja de bairro passamos a vender para todo o País", conta Rubens Branchini Martins, diretor comercial da Eletrônica Santana e filho do fundador.

Atualmente, a empresa passa por um momento de transição, pois com a venda de componentes, acessórios e produtos eletrônicos na internet, sairá da categoria de pequena para a de média empresa.

"Estamos investindo na plataforma do sistema de venda online, em espaço físico e no pessoal. Começamos na internet com três pessoas para atuar somente nessa área e agora são cerca de 40", diz.

Eletrônica Santana faz parte das estatísticas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) sobre como o mercado de vendas pela internet pode ser promissor para as micro e pequenas empresas, apesar de ainda pouco explorado por esse segmento. Segundo a entidade que monitora o comércio online, de cada R$ 100 movimentados no e-commerce, R$ 20 são de micro, pequenas e médias empresas.

"Se analisarmos que o faturamento total do setor é de R$ 15 bilhões, só as micro e pequenas movimentam R$3 bilhões, o que é muito significativo. A tendência é que essas empresas continuem a elevar sua participação no faturamento",diz Gerson Rolim, consultor da organização.

Para o consultor do Serviço de Apoio Micro Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Reinaldo Messias, esse número só não é maior porque ainda falta conhecimento dos micro e pequenos empreendedores. "O que falta é conhecimento e vencer o medo de entrar nesse mercado", afirma ele, acrescentando que o planejamento é o melhor caminho para empreendedores que buscam esse canal.

Uma das recomendações dos especialistas em negócios para quem quer entrar no mercado virtual é buscar a inovação para evitar a concorrência direta com os grandes sites de vendas. A Meu Móvel de Madeira, site que vende móveis para todo o Brasil,buscou esse nicho e foca em atender consumidores que não têm acesso a grandes lojas do setor.

"Hoje, 70% do nosso movimento vem de cidades do interior. Com um bom planejamento logístico, que é o nosso maior desafio, conseguimos atender a todos e quebrar a barreira de que esse produtos não podem ser comprados pela internet",conta Ronald Heinrichs, diretor da empresa de pequeno porte.

Outra dica para o negócio online dar certo é trabalhar a área de propaganda e marketing para que o público conheça o site. A Molotov Beers, microempresa que vende cervejas importadas pela internet, aposta nas redes sociais.

"Com mídias sociais, mailing, boca a boca eu tenho mais retorno do que com propaganda
paga, pois trabalhamos com um produto segmentado", comenta André Santiago, sócio do site. Outra dica do micro empresário é também apostar em links patrocinados,que aumentam a chances da empresa ser encontrada em sites de busca.

Dezenove por cento dos internautas brasileiros já fizeram compras de produtos ou serviços pela internet. Esse porcentual representa 11,97milhões de pessoas de um universo de 63 milhões que acessaram a rede mundial de computadores em 2009, segundo a sondagem "Vendas Online no Brasil:

Uma Análise do Perfil dos Usuários e da Oferta pelo Setor de Comércio", realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

De acordo com a pesquisa, divulgada ontem, o perfil do consumidor que faz compras online é de homem que pertence à classe A, tem entre 35 e 44 anos, tem diploma universitário, mora na zona urbana e está empregado. Por região, os internautas do Nordeste são os que menos usam a web para o consumo de produtos e serviços – apenas 12%.

No Sudeste é onde se encontra a maior proporção de compradores online entre os internautas (23%).A região é seguida de perto pelo Sul (20%), Norte (19%) e Centro-Oeste (19%). Além disso, os homens estão mais abertos a compras pela rede do que as mulheres. Do total de internautas em 2009, 22% deles fizeram compras online; entre elas, foram 17%.

A pesquisa do Ipea revela que as compras pela web já fazem parte do cotidiano de mais da metade dos internautas da classe A: 59% adquiriram produtos e serviços por meio do comércio eletrônico. Na classe B,33% já compraram online; na classe C, 13%; e nas classes D e E, 5%. Esses dados são parecidos quando o nível de educação do consumidor é analisado.

Enquanto o comércio online tem a adesão de 41% dos internautas com ensino superior, ele está presente na vida de 7% dos usuários que têm só o ensino fundamental e de18%dos que estão no ensino médio.

A faixa etária que mais recorre ao comércio eletrônico vai dos 35 aos 44 anos (29%), acompanhada de perto pelos que têm entre 45 a 59 anos (26%) e dos que estão entre os 25 e 34 anos de idade (26%). Vêm em seguida os internautas com mais de 60 anos (22%) e os da faixa que vai dos 16 aos 24 anos (18%).

Fonte:
http://www.regiaonoroeste.com

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