O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, e o diretor do NIC Brasil, Demi Getschko, reuniram-se hoje durante a Campus Party para debater os "Desafios do crescimento, da tecnologia e da comunicação no Brasil".
O primeiro a falar sobre o assunto foi o ministro Paulo Bernardo. Para ele, o crescimento do uso da internet no país nos últimos anos é reflexo do crescimento da economia e, principalmente, da classe média. "Nos próximos anos vai continuar havendo um fortalecimento desse processo, principalmente, nas regiões mais pobres do Brasil", apontou ele.
De acordo com o ministro, a expectativa é que o país esteja entre as cinco maiores economias do mundo antes do final da década. Com isso, a questão da comunicação passa a ser cada vez mais vital.
"Nosso objetivo é massificar o uso da internet até o fim do governo Dilma. Esperamos ter até 2014 muitos resultados positivos", afirmou o ministro. Para isso, o governo aposta na implantação do Plano Nacional de Banda Larga, que deve ofertar conexão de alta velocidade por valores entre R$ 30 e R$ 35. Os valores dependerão da cobrança ou não do ICMS por parte dos Estados.
Por esse valor, deve ser oferecida uma conexão de até 512 kbps.
Além disso, o governo estuda medidas para estimular a compra de computadores, inclusive de tablets, afirmou o ministro.
Já para Demi Getschko, do NIC.BR, o importante é que a população tenha acesso "à cesta básica da internet". "Enquanto você acessa via dial-up ou LAN house, você está de carona na rede. Quando se tira a preocupação dos minutos, o comportamento muda e a pessoa passa a produzir e interagir mais com conteúdo . Esse é o papel da banda larga", afirmou ele.
De acordo com Getschko, uma conexão básica é aquela que permite a navegação, a troca de e-mails, conversa VoIP e à assistir vídeos com qualidade. O diretor afirmou ainda que existe um déficit em 5 milhões de lares do país, que possuem um computador, mas não estão conectados à rede.
Por sua vez, Valente aproveitou para a oportunidade para cobrar do governo medidas que estimulem o mercado das teles. "Hoje, 40% dos nossos custos são referentes à carga tributária", disse ele.
O presidente da Telefônica também cobrou uma maior flexibilidade do governo em relação às licenças e concessões para serviços. "Hoje, dos 622 municípios do Estado de São Paulo, apenas 70 têm uma empresa de TV a cabo", alfinetou ele.
O ministro Paulo Bernardo disse que irá se reunir com as teles a fim de analisar as possibilidades de redução da carga tributária a fim de tornar computadores, dispositivos e a banda larga mais acessíveis à população.