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Engenheiros desenvolvem pele artificial com nanofios

Cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA, anunciaram ontem, 12, uma "pele" artificial feita de materiais semicondutores flexíveis que permite sentir o toque, abrindo caminhos para a geração de robôs capazes de manipular objetos com sensação suficiente até mesmo para segurar um ovo sem quabrá-lo.

"Os seres humanos em geral sabem como segurar um ovo sem quebrá-lo", diz Ali Javey, professor adjunto da área de engenharia elétrica e ciências da computação e chefe da equipe de investigações da UCBerkeley que desenvolveu a  pele artificial. "Se você quisesse projetar um robô capaz de tirar a mesa, por exemplo, o ideal seria que nós o tornássemos capaz de não quebrar os cálices de vinho. Mas também gostaríamos que ele fosse capaz de segurar uma panela de ferro sem derrubá-la", completa Javey.

A equipe do professor descobriu um modo de produzir "nanofios" altamente finos, com uma liga de silício e germânio. Esses "nanofios" são formados na parte externa de um tambor cilíndrico, e depois transferidos a uma película adesiva que os recebe em padrão uniforme. As folhas dessa película semicondutora são então revestidas por uma camada de borracha sensível à pressão.

Testes do material demonstraram que ele consegue distinguir entre diversas escalas de força, da usada para digitar em um teclado até a usada para segurar um objeto.

Para os cientistas, em longo prazo a utilização da pele artificial servirá para restaurar o sentido do tato a pacientes com próteses, o que requer avanços significativos na integração de sensores eletrônicos com o sistema nervoso humano.

Tentativas anteriores de desenvolvimento de pele artificial utilizando materiais orgânicos foram testadas, por se tratar de um material flexível e mais fácil de processar. "O problema é que os materiais semicondutores orgânicos são pobres, o que significa que dispositivos eletrônicos feitos deles muitas vezes exigem altas voltagens para operar no circuito", diz Javey. "Os materiais inorgânicos, como silício cristalino, por outro lado, têm excelentes propriedades elétricas e podem operar em baixa potência. Eles também são mais quimicamente estável. Mas, historicamente, têm sido inflexíveis e fácil de quebrar. Nesse sentido, vários grupos de pesquisa, incluindo o nosso, têm mostrado recentemente que os fios de inorgânicos podem ser altamente flexíveis - ideal para alta performance, produtos eletrônicos e de sensores mecânicos flexíveis", completa o pesquisador.

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