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Nova geração de internautas diz adeus ao e-mail e à televisão

Eles preferem o computador à TV, carregam celular no bolso e já decretaram a aposentadoria do e-mail e do telefone - gostam mesmo é de conversas instantâneas e interativas, seja pelos mensageiros eletrônicos, pelos torpedos SMS ou pelas redes sociais.

Esse é o perfil da novíssima geração de internautas, as crianças que já nasceram e cresceram conectadas.“Trata-se de uma geração que tem paciência limitada, que é multitarefa, que é instantânea e espera que tudo seja interativo. Toda marca deverá ser capaz de responder a esse ambiente”, afirma o guru de branding e autor do best-seller BrandChild, Martin Lindstrom .

Dados de uma pesquisa feita pela Millward Brown - que forneceu as informações para o livro de Lindstrom - em junho deste ano, no Brasil, mostram que 67% dos jovens de 8 a 12 anos já preferem surfar na web a assistir a TV, que 26% deles já têm seu próprio computador e 48% têm seu próprio telefone celular - sendo que para um terço deles trata-se do segundo aparelho.

Entre os representantes desta geração, um terço prefere fazer amigos na web que na vida real e 26% têm duas ou mais identidades na internet. “A intimidade deles com o computador é muito maior que com o telefone, por exemplo”, aponta Valkiria Garre, presidente da Millward Brown no BrasilPara ilustrar, ela conta uma vivência própria. “Outro dia, meu filho reclamou que precisava falar com um amigo e ele não estava online. Eu sugeri que ele ligasse. Ele telefonou e pediu para o amigo se conectar”.

Segundo o Ibope/NetRatings, em junho deste ano mais de 3,4 milhões de brasileiros com idade entre 2 e 14 anos acessaram a web de suas casas, representando 19% de toda a população residencial online. Suas atividades preferidas incluem mensagem instantânea (81,6% utilizam pelo menos algum software deste tipo), busca por imagens (80,7%), buscas em geral (67,4%), redes sociais (67,2%), Wikipedia (28%), jogos (22,8%) e música (22,5%).“Enquanto os adultos utilizam mais serviços, como sites bancários, comércio eletrônico, páginas do governo, mapas e guias, as crianças e adolescentes querem se comunicar”, observa José Calazans, analista de internet do Ibope Inteligência. Mas não das formas tradicionais: o e-mail passa longe da lista dos 20 serviços mais acessados pelo público.

“O boca-a-boca virtual, as comunidades, a relação com os amigos na web têm uma importância muito grande para esta geração”, define Valkiria.

Portanto, para chegar aos corações e mentes desta nova safra de consumidores, navegar é preciso. Os jovens internautas brasileiros - ao menos aqueles que dispõem de computador - estão entre os mais conectados do mundo.

As crianças brasileiras de 2 a 11 anos de idade passaram uma média de 17 horas e 17 minutos por mês navegando na internet em 2007 - quase 5 horas a mais que os norte-americanos da mesma idade e bem à frente de britânicos, alemães, espanhóis, franceses, italianos e australianos, segundo dados do Ibope.A diferença é ainda maior na faixa dos 12 aos 17 anos. Enquanto os brasileiros passam mais de 40 horas na web por mês (equiparando-se apenas aos franceses), os norte-americanos, por exemplo, gastam 32 horas e 51 minutos com a mesma atividade.Estar presente nestas preciosas horas gastas pelos jovens internautas navegando é fundamental para qualquer marca preocupada não só com o seu futuro, mas também com o seu presente. Engana-se quem os rotula de consumidores do amanhã: as crianças de 8 a 14 anos de todo o mundo já movimentam mais de 1,88 trilhão de dólares entre compras que influenciam e que fazem diretamente.

Dados da Millward Brown mostram que, no Brasil, 45% dos tweens - como são são chamados os jovens de 8 a 14 anos - dão sua opinião aos pais na hora de comprar um carro, enquanto 60% influenciam na compra de celulares e 61% palpitam na aquisição de um computador. Diante deste cenário, a consultoria concluiu que 80% das marcas devem incluir o público nas suas estratégias de marketing.

A forma ideal de se relacionar com essa geração ainda é uma incógnita, mas já fica claro, segundo a presidente da Millward Brown no Brasil, que quem quiser conquistar este público terá que assumir uma postura ética: entre os tweens, 85% rejeitam produtos que prejudicam o meio ambiente.Valores como família e regras também são importantes para eles.

A pesquisa aponta que metade dos tweens ouvidos acha que os pais estão corretos em limitar seu acesso à internet. Na falta de uma fórmula mágica que garanta uma estratégia de sucesso para chegar a esse público, Valkiria recomenda: “É importante estar próximo ao dia-a-dia deles, patrocinar atividades, priorizando sempre a interatividade, que é fundamental nas relações desta geração”.

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