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China convive com e-commerce e novos milionários


Os empreendimentos online na China já são mais 20 milhões, reflexo de abertura e do crescimento econômico inusitado. Há 230 mil milionários, que se tornaram consumidores de luxo.

Com a abertura e o crescimento da economia, tem surgido uma nova classe social, inusitada para uma China comunista: a dos milionários.

De acordo com uma pesquisa da Cap Gemini/Merrill Lynch, o número de milionários (em dólares americanos) na China já soma mais 230 mil. A grande maioria destes novos ricos escolhem Shanghai para acumular suas riquezas e gastar seu dinheiro. E estes novos ricos são consumidores exigentes: segundo Yang Qingshan, secretário-geral da Associação Chinesa para Estratégias de Branding, mais e mais chineses têm feito investimentos em commodities de luxo, como automóveis, relógios, roupas finas, acessórios e cosméticos.

Atrás destes novos ricos vem uma porção de novos negócios até bem pouco tempo atrás inimagináveis no “Império do Centro”: a feira dos milionários - evento organizado pela revista Millionaire pela primeira vez em 2001 em Amsterdam - após passar por países como França, Bélgica e Holanda, será realizada pela primeira vez num país asiático este ano, em Shanghai. Seus organizadores esperam que 10.000 visitantes compareçam ao evento.

Apesar da infra-estrutura ainda incipiente, o comércio eletrônico floresce abastecido de tantos clientes abastados: o número de empreendimentos online na china já passa dos 20 milhões (vamos falar isso no p’roximos artigos sobre a internet na China).

As marcas de luxo do mundo todo têm sido atraídas por estes novos clientes: Dior, após abrir várias lojas na China que faturam anualmente 11 milhões de yuans - algo em torno de 1.3 milhão de dólares -, recentemente lançou um Centro Dior em Shanghai, o terceiro no mundo após Paris e Tokyo, esperando ultrapassar a marca dos 15 milhões de yuans de faturamento anual.

O mercado de automóveis de luxo foi o primeiro a perceber potencial do mercado, e há anos já colhe frutos do seus investimento na Ásia: três das quatro unidades mais caras de carros fabricados pela Bentley no ano passado, cada uma custando mais de 8 milhões yuans - algo em torno de 1.07 milhão de dólares, foram comprados por bilionários chineses; 15% da venda anual de limousines da Rolls-Royce tem na Ásia seus compradores.

Apesar desta explosão na demanda, o cidadão comum chinês ainda mantém o dinheiro em baixo do colchão: a poupança interna da China ultrapassa os 9 trilhões de yuans - um pouco mais de 1 trilhão de dólares, representando mais de 45% do PIB chinês. Como comparação, a poupança interna brasileira gira em torno de 25% do PIB. A taxa do consumo em relação ao produto interno bruto da China não passa dos 50%, muito abaixo dos 80% da média mundial.

Ainda assim, o Governo Central Chinês não quer que seus camaradas descuidem e acaba de sancionar um sistema de taxas sobre artigos que luxo, visando conter a extravagância e promover os valores socialistas. [Webinsider]

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