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O que é Arquitetura de Informação de websites?

Publicado por guilhermo reis dia 16/02/2005 em Arquitetura da Informação.

Antes de começarmos a discutir profundamente como se faz a Arquitetura da Informação de um website, precisamos defini-la. O que é Arquitetura de Informação? O que esse profissional com nome pomposo entrega? O que justifica nosso salário?
trata da organização da informação para torná-la clara, compreensível
De forma geral, a Arquitetura de Informação, conforme a definição criada originalmente por WURMAN, trata da organização da informação para torná-la clara, compreensível. Na Web, esse objetivo se mantém: criar as estruturas de organização da informação de um website para que o usuário consiga compreendê-lo com facilidade.

Na web, a Arquitetura de Informação cuida de projetar a estrutura, o esqueleto, de um website sobre o qual todas as demais partes irão se apoiar. WEST (2001) cita que “Arquitetura de Informação é a prática de projetar a infra-estrutura de um webwebsite, especialmente a sua navegação”, e SHIPLE (2001) afirma que “Arquitetura de Informação é a fundação para um ótimo web design. Ela é o esquema [blueprint] do website sobre o qual todos os outros aspectos são construídos – forma, função, metáfora, navegação e interface, interação e design visual.”
Esse esquema, essa infra-estrutura, tem um propósito: atender as necessidades de informação dos usuários do website. DIJCK (2003) cita que “O principal trabalho de um arquiteto de informação é organizar a informação de um website para que seus usuários possam encontrar coisas e alcançar seus objetivos." TOUB (2000) reforça isto citando a minha definição favorita:

“Arquitetura de Informação é a arte e a ciência de estruturar e organizar ambientes de informação para ajudar as pessoas a satisfazerem suas necessidades de informação de forma efetiva.”

Conhecer os usuários, suas necessidades, hábitos, comportamentos e experiências são fundamentais para elaborar a arquitetura de informação de um website, mas não são suficientes. É necessário também entender as características do conteúdo que será apresentado (volume, formato, estrutura, governança, dinamismo, etc.) e as especificidades do contexto de uso (objetivo do website, cultura e política da empresa, ambiente de uso, restrições tecnológicas, etc.). Esta trinca, usuário-conteúdo-contexto e suas interdependências são únicas para cada website e o papel do arquiteto é justamente conseguir balanceá-las, para que a informação certa seja acessada pela pessoa certa no momento certo (ROSENFELD & MORVILLE, 2002).
E o que o arquiteto de informação produz? Os produtos entregues em um projeto de Arquitetura de Informação são documentos que:

a) registram as regras de organização da informação do website;
b) aplicam estas regras nos conteúdos, gerando mapas de navegação (sitegramas e fluxos de navegação), esquemas das páginas (wireframes) e o vocabulário controlado.
A documentação das regras registra o modelo conceitual, as idéias, do projetista e garantem consistência nas manutenções futuras. A documentação da aplicação das regras demonstram a viabilidade do projeto e formam a especificação técnica para os responsáveis pela implementação do website (designers gráficos, redatores, programadores, etc.).
Os componentes da Arquitetura da Informação de um website
ROSENFELD e MORVILLE (2002) dividem a Arquitetura de Informação de um website em quatro grandes sistemas, cada um composto por regras e aplicações. Juntos eles reúnem todos os elementos de interação do usuário com a informação apresentada pelo website. São eles:
Sistema de Organização (Organization System): define a classificação de todo o conteúdo.
Sistema de Rotulação (Labeling System): estabelece as formas de representação, de apresentação, da informação definindo rótulos para cada elemento informativo.
Sistema de Navegação (Navegation System): especifica as maneiras de navegar, de se mover pelo espaço informacional e hipertextual.
Sistema de Busca (Search System): determina as perguntas que o usuário pode fazer e o conjunto de respostas que irá obter.
Outros autores como WODTKE (2003), DIJCK (2003), SHIPLE (2001) e BRINCK, GERGLE, & WOOD (2002) confirmam que a definição dos 3 primeiros sistemas é responsabilidade do arquiteto de informação, mas não citam o Sistema de Busca como um produto a ser entregue por esse arquiteto.

De fato, apesar de sua grande importância, o sistema de busca pode ser comparado a uma peça que pode ser encaixada ou substituída a qualquer momento no website. Esta modularidade é tão evidente que diversos websites de busca, a exemplo do Google e Yahoo, ensinam como configurá-los para serem utilizados como o sistema de busca de qualquer website.
O arquiteto precisa estar sempre atento às interdependências desses sistemas.
De qualquer forma, a divisão nos quatro sistemas proposta por ROSENFELD & MORVILLE é apenas conceitual e serve para organizar o trabalho em nossas mentes tratando cada problema em separado. Na prática, esses quatro sistemas estão tão intrinsecamente conectados que as regras de qualquer um sempre afetam os demais. O arquiteto precisa estar sempre atento às interdependências desses sistemas.

Na prática, os limites do trabalho do arquiteto de informação são nebulosos, principalmente aqui no nosso mundo tupiniquim de verbas e equipes reduzidas. As responsabilidades de um arquiteto de informação se misturam com as de todos os demais que atuam no projeto de um website: designers gráficos, redatores, programadores, especialistas em usabilidade, marketing, etc. Mas conhecer as fronteiras é importante para organizar nosso trabalho.

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