Compartilhe!

Home � A Internet não substitui o vendedor, e sim a vitrine.

A Internet não substitui o vendedor, e sim a vitrine.


Estudo sobre neoconsumidor aponta que 96% dos entrevistados afirmaram que já fizeram compras online ou o fazem com regularidade. A média dos países pesquisados é de 88%.



Mônica Neis Fetzner


As vendas pela Internet tornaram-se um importante ramo tanto para empresário quanto para consumidores. É o que comprova a segunda edição da pesquisa Neoconsumidor, da consultoria GS&MD-Gouvêa de Souza.


Novo Hamburgo entra na onda das compras coletivas

O estudo, que pesquisou o segmento de compras online (o e-commerce) entrevistando mais de 10 mil internautas de 15 países diferentes, concluiu que o Brasil é um dos países que mais vende pela Internet.

Por aqui, 96% dos entrevistados afirmaram que já fizeram compras pela Internet ou o fazem com regularidade. A taxa representa um leve crescimento sobre 2009, quando foi feita a primeira edição da pesquisa: naquele ano, 92% dos entrevistados brasileiros informavam utilizar a rede para compras. Isso significa que o Brasil está acima da média mundial. Nos 15 países pesquisados pela GS&MD, a média é de 88% e não cresceu desde 2009.

“As vendas virtuais são um novo vetor, uma maneira de as empresas estarem presentes na vida dos seus clientes”, explica Roberto Siebel, gestor de negócios da Origem Comunicação, empresa hamburguense responsável pela implantação de 10 páginas de e-commerce de empresas da região, fora outras oito que estão em construção.
Siebel afirma que o comércio online pode ser muito mais acessível de se implantar e com um custo menor do que o investimento necessário para um ponto físico. “Depende do negócio. Mas pode-se dizer que quem vende pela Internet tem uma filial em cada computador.”

Sobre o público, é taxativo: “Homens ainda representam a maioria dos clientes, com ticket alto e menos compras do que as mulheres, que compram mais com um ticket de valor mais baixo. A média do ticket em 2010 foi de R$ 373,00.”

A Internet não substitui o vendedor,

e sim a vitrine, diz consultor



O consultor e criador da livraria virtual Booknet, que em 1999 foi vendida ao GP Investimentos e deu origem ao Submarino, Jack London, recomenda cuidado ao ingressas no negócio virtual


“Os dados do e-commerce mostram um crescimento de 40% no ano passado no Brasil, enquanto o varejo tradicional cresceu entre 11% e 12%. Ainda assim, a participação das compras online ainda é muito baixa, ficando em torno dos 2,5% do total. Nos Estados Unidos este índice varia entre 6% e 7% e no Japão já chega a quase 10%”, compara o consultor, em entrevista ao Jornal do Comércio.

“Em compensação, as empresas precisam olhar o potencial da Internet como um instrumento de pré-venda, que só cresce. Hoje, dados mostram que em 62% das compras realizadas no Brasil são subsidiadas por informações buscadas na própria rede mundial”, aponta. “Mesmo que as pessoas acabem optando por comprar nas lojas físicas, elas já chegam sabendo muito sobre preços e características dos produtos. A Internet não substitui o vendedor, ela substitui a vitrine.”

VANTAGENS – Roberto Siebel (foto) vê também outras vantagens nas páginas de e-commerce: comodidade, conforto e menos gasto de tempo. “Não preciso sair de onde estou para comprar e posso escolher qual o melhor horário para isso. Além disso, é mais fácil achar promoções que se adequem à necessidade pontual do consumidor. As lojas virtuais são 24/7”, avalia.

O gestor acredita que o comércio virtual é uma tendência que vai se consolidar. “As vendas e compras pela Internet são uma avenida de mão única e sem volta”, pontua.

“No Rio Grande do Sul temos exemplos de grandes varejistas que estão bem presentes nas vendas virtuais. Agora, até supermercados estão se posicionando para vender online”, relata Siebel.

“Temos um cliente em Novo Hamburgo do segmento de floricultura que vende muito bem pela internet, atendendo seus clientes num raio de 50 km. Depois da loja virtual, o movimento na loja física aumentou, segundo o proprietário, em 70%.”

Anelise Schütz, proprietária da Vis a Vis Shoes Design, em Novo Hamburgo, conta também com loja virtualhá dois anos e meio. Ela conta a experiência de vender calçados do número 33 ao 43, produtos que, normalmente, exigem que os clientes os experimentem.
“Achei que ia ser mais difícil. As pessoas têm muitas dúvidas, mandam e-mails, e eu as oriento na escolha. Existe a possibilidade de troca, mas aconteceu poucas vezes”, relata Anelise. “A Internet é capaz de abrir um leque muito maior de clientes. As vendas da loja física aumentaram e as pessoas comentam com frequência que viram a página. Gosto de olhar de onde vêm os pedidos, e já recebi do Brasil todo”, comemora.

Compras coletivas: tendência ou febre?

A proporção de internautas que utilizam ou já utilizaram serviços de compras coletivas no Brasil é praticamente o dobro da média dos demais países pesquisados pela GS&MD. Segundo o estudo, 51% dos brasileiros já utilizaram a modalidade, contra 28% nas outras localidades.

Além disso, apenas 1% dos brasileiros entrevistados informou nunca ter ouvido falar em compras coletivas, ante 18% da média geral. Luiz Góes, sócio sênior da GS&MD, acredita que a cultura comunitária do brasileiro é potencializada pela Internet, o que explicaria o sucesso do segmento.

Jack London, no entanto, afirma que os sites de compras coletivas devem sofrer arrefecimento. “Essa é ainda uma febre na qual equivocadamente os pequenos empreendedores buscam rapidamente fazer sucesso na Internet. E um dos ensinamentos da Internet é justamente: não vá atrás de manadas”, aconselha.

VALIDADE – “Hoje temos 1,9 mil sites de compras coletivas no Brasil, criados desde setembro do ano passado. Desses, 800 já estão inativos. A mortalidade dos sites de compras coletivas é igual a natalidade. No fim, vão ficar 10, no máximo 15.”

London compara a situação com sites de leilão. “Quando começaram a ser lançados, há alguns anos, eram 300. Hoje praticamente não existem. As empresas não devem se guiar pela manada e achar que por alguns terem dado certo, todos darão. Fazer site é como abrir um negócio e exige cuidados e planejamento.”


Com informações de PEGN e JCRS

Tags: