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Mídias sociais como ferramenta de negócios

Os sites de redes sociais, que começaram a ganhar força no mundo todo por volta de 2004, tinham e têm como um dos objetivos reforçar laços pessoais e profissionais. Representado principalmente por portais como Orkut, Twitter, YouTube, Facebook e Linkedin, esse universo de espaços sociais, que inclui também os blogs, ganhou mais força e importância a medida que foi servindo cada vez mais como canal de propagação de ideias, opiniões, recomendações e críticas de todos os tipos e formatos.

Protestos em forma de vídeos, reclamações sobre o péssimo desempenho de uma empresa, ou elogios sobre um determinado produto são apenas alguns dos tipos de ações em ambientes sociais que começaram a chamar a atenção de entidades para a importância de alguns serviços online como canal de aproximação com o consumidor e, principalmente, de observação de cultura e comportamento do usuário, de análise de repercussões de ações de marketing, e de medidas a serem tomadas antes que um incêndio se inicie. No campo do jornalismo, por exemplo, um veículo noticioso pode fazer uso das mídias sociais não só para propagar seu noticiário, mas para também conhecer melhor seu público, descobrir as demandas, definir linguagens etc.

Nesse contexto, a Agência Frog, empresa de marketing digital do Rio de Janeiro criada em 2007, vem há cerca de dois anos propagando a idéia das mídias sociais como importante ferramenta de negócios. A empresa criou o Índice de Marcas em Mídias Sociais (IMMS), indicador elaborado para mostrar o posicionamento de uma marca e de seus principais concorrentes no Twitter, Orkut, YouTube e na chamada blogosfera. Jornalistas da Web conversou brevemente com Roberto Cassano, diretor de estratégia e mídias sociais da Frog, que explicou mais sobre essa área que ganha cada vez mais força no meio online. Acompanhe:

<Jornalistas da Web> Em poucas palavras, como pode ser definido o papel do analista de mídias sociais?

<Roberto Cassano> O analista de mídias sociais é aquele profissional encarregado de identificar as oportunidades de marcas ou empresas atuarem em redes sociais. Ele pode atuar tanto com monitoramento como com ativação (presença e interação) em blogs, redes, fóruns etc.

<Jornalistas da Web> O campo de análise de mídias sociais é relativamente novo. Há quanto tempo a Agência Frog trabalha com isso? Quais tipos de clientes mais procuram vocês para esse tipo de serviço?

<Roberto Cassano> A Frog atua com foco em mídias sociais há 2, 3 anos. Temos tido procura de clientes de todo tipo de porte. De grandes corporações (como a Oi), a médias e grandes empresas (como a Ediouro) ou empresas com projetos menores, como gravadoras (mercado fonográfico) e cinema. Tem de tudo mesmo, mas em geral empresas com algum tipo de contato direto com o cliente final.

<Jornalistas da Web> Quantos profissionais trabalham na Frog especificamente com a análise de mídias sociais? Existe um perfil quando se contrata um profissional para essa área?

<Roberto Cassano> Temos quase 30 profissionais dedicados a mídias sociais, incluindo aí analistas e profissionais de criação, arte e planejamento para redes sociais. O perfil é bastante variado. A maioria acaba vindo de Comunicação (jornalismo e publicidade), mas o mercado absorve sociólogos, psicólogos, estatísticos etc. O importante é a paixão pela Internet.

<Jornalistas da Web> O que diferencia um consultor de uma agência especializada? os serviços costumam ser contínuos ou eles também são oferecidos em caráter de job?

<Roberto Cassano> A relação ideal é a de longo prazo, porque, em essência, rede social é um contexto onde a empresa se reposiciona. É um processo, uma construção. No entanto, o job é comum e acaba funcionando como "test-drive". Hoje questionamos o próprio nome de agência, pois muitas vezes nossa atuação se aproxima de uma consultoria. A diferença mais gritante, acredito, é na aplicação mais prática e imediata. Não vendemos Power Points.

<Jornalistas da Web> O Twitter pode ser apontado como um responsável pela popularização dessa nova área?

<Roberto Cassano> Um deles, sem dúvida. Ao ganhar capa de revistas e destaque na TV, o Twitter despertou a atenção de executivos que ainda não tinham acordado para as redes sociais. Nosso desafio é não deixar isso virar um novo "Second Life".

<Jornalistas da Web> A análise de mídias sociais não seria simplesmente varrer os ambientes sociais virtuais em busca de uma determinada informação, certo? O que vem depois dessa, digamos, varredura? Como um cliente poderia se beneficiar do que foi coletado?

<Roberto Cassano> Não! É muito mais que isso!!! A parte de métricas da análise inclui monitoramento. Ele é 20% software e 80% hardware humano - é a análise que faz diferença. Quando monitoramos referências a programas de TV e descobrimos que 60% delas são feitas de um PC e durante o período em que o programa está sendo televisionado isso diz muita coisa sobre os hábitos dos espectadores. É mais que uma simples varredura.

Mas os analistas também ativam. Ou seja, usam o que foi ouvido (monitoramento) para criar estratégias de comunicação e relacionamento (falar) e de geração de buzz (energizar). E implementam isso.

<Jornalistas da Web> Puxando sardinha para o lado do webjornalismo, como a análise de mídias sociais pode ser importante para veículos noticiosos?

<Roberto Cassano> Acho que isso é vital. Primeiro, desenhando as interatividades e a linguagem (a forma de se falar e interagir com o público). Não se pode usar o Twitter como um resumão do "plantão" noticioso. E ao ouvir a reverberação das notícias, aprende-se muito sobre o perfil do leitor.

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