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CRIATIVIDADE PARA QUÊ?

O incentivo à potencialização da Criatividade tem como objetivo levar o indivíduo a identificar e rever suas crenças, valores e atitudes, de forma a acreditar em sua própria capacidade de se transformar e transformar o meio em que atua.

O Dr. Sidney Parnes, eminente docente dos cursos de Criatividade no State College of Buffalo, assim como a Dra. Ruth Noller, uma das dirigentes da Creative Education Foundation do mesmo College, defendem que embora Criatividade não sela algo a ser ensinado, pode se aprender maneiras de desenvolver hábitos e conduats de pensar que fazem aflorar a capacidade Criativa em todas as pessoas. Seria como a "Lei do uso e desuso" do cientista e biólogo Lamarque. A experiência tem mostrado que para resgatar o potencial criativo é preciso trabalhar em três níveis: o nível da razão, o nível da emoção e o nível da ação, porque acreditamos que toda realidade começa na idealização, no imaginário, mas sem ação osonho não se concretiza. O resgate do Potencial Criativo se dará a partir de estímulos direcionados às dimensões básicas do raciocínio e da cognição, associados ao contexto psico-social e afetivo-emocional do sujeito, aliado a sua disposição para agir.

Devido ao pragmatismo dessa abordagem, os exercícios empregados como estratégia para revisão dos paradigmas inerentes à representação mental, incentivo à construção do novo e estruturação com regras não-usuais, visam esclarecer dúvidas, resgatar falhas e perceber o que sempre esteve presente mas, devido aos condicionamentos, principalmente aos auto-impostos, não havia a sensibilidade para perceber. Dessa forma, o próprio indivíduo avalia o seu nível de flexibilidade, tanto em sua dimensão cognitiva quanto emocional, refletindo o processo de elaboração do real concreto e do real imaginário (simbólico). Segundo o Dr. Paul Torrace, psicólogo e uma das maiores autoridades do mundo em Criatividade, esta faculdade é universal e independente de raça ou nacionalidade. Para ele, a pessoa criativa tem que ser pensadora, introspectiva, visto que a criação se dá muito mais de dentro para fora, mas não pode ser inerte ou indecisa.

De acordo com vários estudiosos, todo ser humano saudável é dotado de potencial criativo ao nascer, uma vez que é possuidor de um poderoso equipamento, o cérebro, composto de cerca de 100 bilhões de neurônios e mais ligações sinápsicas, capaz de feitos prodigiosos. Numa versão simplista, conforme nosso interesse aqui, o cérebro se divide em dois hemisférios distintos, o esquerdo e o direito. O hemisfério esquerdo comanda o raciocínio lógico, linear, cartesiano. O hemisfério direito é responsável pelas emoções, sentimentos, esquemas abstratos e orientação artística. Para uns, mais criativo é o cientista que vive dentro de laboratórios com extrema disciplina, pesquisadores descobrindo coisas novas, e utilizando principalmente o hemisfério esquerdo de seu cérebro.

Para outros, os mais criativos seriam os artistas, pintores, músicos, atores, etc., capazes de criar obras singulares, de prodígios de abstração, de incorporarem papéis variados, e de compor e interpretar melodias inesquecíveis, utilizando mais o hemisfério direito do cérebro. Para o moderno estudo do Potencial Criativo, tirando as raríssimas exceções e o fato de todos terem algum pendor ou aptidão inicial para uma ou outra área, ser criativo é utilizar os dois hemisférios; e todas as pessoas têm condições de desenvolver seu potencial de Criatividade. Ao longo de nosso crescimento, de nossa formação como seres humanos, vamos sendo condicionados pelos esquemas educacionais, pelas influencias do nosso meio ambiente de tal forma que, na maioria das vezes, viramos cópias daqueles que nos moldaram e, não raro, achamos que são os outros que conseguem fazer coisas "diferentes" do usual.

Convicção e Ridículo

O estudo da Criatividade passou a despertar interesse em todo mundo desde a década de 50, quando pesquisadores começaram a estudar a questão. Remonta desta época o processo de brain storm (tempestade de idéias), muito utilizado hoje pelas empresas. Fazer aflorar esta Criatividade não é tarefa das mais fáceis. As pessoas devem estar atentas aos fatos que ocorrerem à sua volta mas se ficarem de braços cruzados, apenas esperando inspiração, não vão encontrar nada. A busca pela Criatividade começa quando as pessoas se permitem experimentar coisas novas.

O simples ato de modificar o itinerário para o trabalho, ir ao cinema ou teatro de vez em quando, mudar o canal de televisão ou tipo de leitura, nem que seja uma revista em quadrinhos, serve para levar as pessoas a uma supra-realidade que as transporta para outro mundo, ou seja: as pessoas devem experimentar o novo para começar a perceber como podem ser mais criativas. Afinal, todo convicto luta contra a própria criatividade.

Mas há um entrave ao Resgate da Criatividade:

o famoso senso do ridículo, que faz com certas pessoas tenham medo de ser julgadas e por isso, às vezes, deixem escapar grandes oportunidades. Ser sério (possuir uma forma de encarar a vida) não significa ser sisudo. As pessoas devem pensar sobre isso de vez em quando, pois o melhor caminho em busca do Resgate da Criatividade é estar aberto para a novidade, para o lúdico e, principalmente, ser flexível.

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